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Nascido em São Paulo, é formado pela Faculdade de Odontologia de Santo Amaro - Unisa, especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares, posgraduado em Ortodontia e mestrando em Ciência da Saúde |
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Consumo excessivo de sal está ligado a hábito alimentar do brasileiro_por VICTOR HUGO CARDOSO
A ingestão em excesso de sódio pela população brasileira, apontada pela
pesquisa Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, realizada pelo IBGE, é resultado
do consumo exagerado de alimentos industrializados que contêm esse nutriente e
do hábito do brasileiro em salgar muito a comida, disse a professora Raquel
Botelho do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB).
"Não é uma questão de criticar só os produtos industrializados, a
população tem que ter consciência dos seus hábitos. O brasileiro de uma forma
geral tem o hábito de salgar muito a comida porque acha que comida temperada é
comida com sal. A gente pode temperar com ervas, alho, cebola. É possível
diminuir muito o uso de sal da cozinha, mas as pessoas estão viciadas",
alertou a nutricionista.
De acordo com o IBGE, a média de ingestão de sódio pela população brasileira
ultrapassa 3.200 miligramas/dia (mg/dia), quando o recomendável são 2.200
mg/dia.
Segundo a especialista, estudos mostram que é possível reduzir até 30% do sal
utilizado no preparo dos pratos sem que se perceba a diferença. Ela recomenda
que a redução seja gradual até que haja um ajuste no paladar.
O estudo também mostrou que os brasileiros consomem açúcar demais.
Consumo de sódio
De acordo com o IBGE, o consumo de sódio é maior entre os jovens que em geral
consomem mais os alimentos industrializados.
Você sabe a diferença entre sal e sódio?
Para a presidente do Conselho Regional de Nutrição do Distrito Federal, Mara
Saleti De Boni, os bons hábitos precisam ser formados logo que o bebê passa do
leite materno para o consumo de vegetais e frutas.
"Quando trabalhamos com as mães o preparo dessas comidas elas acham que
está sem sal, mas a criança não tem esse parâmetro. Por isso quanto mais cedo
os hábitos forem construídos de maneira certa, melhor".
Consumo de verduras
O estudo do IBGE também indica um consumo menor de hortaliças e frutas pela
população de baixa renda.
Em geral, o que afasta esse público desses alimentos é o preço alto dos
produtos.
Para Mara, é importante mostrar a essas pessoas que o custo-benefício compensa
no longo prazo. "Sinceramente não acho que falte informação, mas ela é mal
trabalhada. Verdura realmente não é barato, mas quando você opta por elas você
está adquirindo saúde. E a doença tem um custo altíssimo".
Alimentos industrializados
Quem faz refeições fora de casa costuma recorrer mais aos alimentos
industrializados e tem menos controle do que está ingerindo em restaurantes.
A professora Raquel lembra que é possível verificar a qualidade do que se
consome mesmo quando não há controle da produção do alimento.
"O paladar é sempre o melhor medidor. Se você comer pela primeira vez em
um restaurante a achar a comida salgada, não volte porque em uma semana você se
acostuma e não acha mais salgado. No caso da gordura você consegue detectar se
tem óleo demais quando o arroz está brilhando ou quando se forma uma crosta de
nata no feijão," afirmou
No caso dos alimentos industrializados que podem conter sódio em excesso, é
importante que o consumidor aprenda a ler as informações contidas nas embalagens.
Para a professora, a indústria avançou muito nos padrões de rotulagem, mas boa
parte dos consumidores não sabe ler as informações nutricionais.
Na tabela presente em todos os produtos há a indicação do percentual de sódio
que aquele alimento contém em relação ao consumo diário. "Isso já dá uma
noção muito boa para o consumidor".
Prof. Victor Hugo Cardoso
Colaborador Clube Dentalis
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